sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PAZ



Paz,
como as manhãs
resplandecentes,
assanhadas
pra iluminar
caminhos.


Paz,
no silêncio
dos ninhos,
esperança agasalhada
dos espinhos.

Paz,
no balanço da brisa,
fazendo carinhos
na flor.

Paz,
no sorriso da criança,
na noite solteira,
à espera do amor.

Ivone Boechat

5 comentários:

  1. Obrigada, Senhor

    É doce e maravilhoso,
    Senhor!
    levantar no início da alvorada
    e afinar o canto da alma
    à sinfonia da natureza,
    louvando e bendizendo
    teu Santo Nome!
    É lindo decifrar
    a intenção da cascata
    no canto suave
    sobre as pedras que encontra
    no caminho,
    obrigada,
    Senhor,
    porque a felicidade maior
    e o significado
    profundo da vida
    não se traduzem no conforto ou na riqueza,
    estão guardados,
    como tesouro precioso e infinito,
    na presença inconfundível
    da tua paz.

    Ivone Boechat

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  2. Meu canto

    Eu faço versos
    pra espantar meus sustos,
    dores, angústias e tristezas vãs...
    vou caminhando pra esquecer o tempo,
    e, nesse alento,
    vou buscando as mágoas
    pra apagar as chagas
    e recomeçar!

    Sou como lírio
    que ilumina o vale escuro,
    sou como águias
    à procura do infinito,
    busco no vento a força
    contra o muro,
    e, nesse alento,
    vou buscando as mágoas
    pra apagar as chagas
    e recomeçar.
    Chuva miúda,
    dor pequena,
    tarde calma,
    luz maior,
    partir sem medo,
    sem fazer segredo,
    voltar sorrindo,
    se puder voltar,
    e, nesse alento,
    vou buscando as mágoas,
    pra apagar as chagas
    e recomeçar.
    Revendo amigos,
    conhecendo mundos,
    atravessando abismos,
    pra poder contar,
    vou com as flores
    enfeitando estradas,
    pra poder na volta te encontrar,
    e, nesse alento,
    vou buscando as mágoas,
    pra apagar as chagas
    e recomeçar.

    Ivone Boechat

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  3. Eu sou o barquinho
    que ninguém acreditou
    fui solta na onda feroz...
    Engoli perigos,
    massacrei tentações,
    cuspi os desaforos
    não perdi a voz!
    Estendi a âncora
    para fugir do inimigo
    afinei meu canto nos corais...
    Tomei dos anjos
    asas e canções!
    Criei coragem,
    acendi castiçais,
    iluminei o barquinho,
    não me perdi no caminho,
    apesar dos vendavais!

    Ivone Boechat

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  4. Miragem

    Você está se sentindo inútil,
    sozinho, vazio, incompleto,
    ou talvez repleto
    de promessas adiadas,
    pelo discurso corrompido
    do fracasso;
    não, é tudo miragem,
    faz parte do crescimento
    o cansaço ao caminhar,
    tire seu rosto refletido
    deste lago sem imagem,
    levante seu olhar,
    para um mundo novo
    totalmente despoluído,
    no caminho da coragem.

    Ivone Boechat

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  5. Aquela mulher é minha mãe!
    Ivone Boechat (autora)


    Aquela mulher, com brilho no olhar,
    firmeza inabalável,
    passos apressados, voz forte,
    desafiou a todos,
    a si mesma desafiou muito mais,
    nunca se deteve... avançou em paz.
    É a mesma mulher que na solidão,
    na pobreza ou na fartura,
    dividiu tudo o que sempre conquistou.
    Essa mulher
    que passou por cima da brasa
    dos seus próprios medos,
    caminhou enfrentando
    a resistência do movimento
    dos sem ideal,
    dos sem meta, dos sem coragem...
    Aquela mulher atravessou montanhas,
    percorreu caminhos de pedra,
    chorou em silêncio, sozinha,
    confiou,
    mesmo quando lhe afirmavam
    que o mundo ia desabar.
    Aquela mulher
    é minha mãe!
    Ela não seguiu os sinais no caminho
    apontados para o fracasso,
    sofreu, viveu,
    viverá sempre,
    em tudo ou toda obra,
    porque vai deixar muito mais
    para frente do que para trás.

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