O
silêncio das coisa me comove;
Sinto-o,
principalmente quando chove,
Que sonolência enerva as almas...
Que apatia...
Que saudade da vida e da alegria!
Que saudade de tudo que ama e existe!
Como me encanta a natureza triste!
Olho através dos vidros da janela:
A paisagem desfaz-se em fôlhas amarelas...
Ver árvores é um grande lenitivo
Para a estesia de um comtemplativo.
Ver árvores é ouvir sentidas trovas,
Vossas cantigas, raparigas novas!
Que lindo o verde, em nuanças meio incertas,
Margeando, lado a lado, as estradas desertas!
As árvores dos parques e das praças
Bebem silêncio pelas folhas que são taças...
Só parece que a sombra em redor se avoluma
E cresce e desenrola o amplo manto de bruma.
É tudo calma. Em torno à minha casa
Não se escuta sequer um ruflo de asas.
Sòmente a água que vem da montanha, sonora,
Canta tão triste que não canta, chora.
E some-se, rezando a estranha reza
Da livre religião da natureza,
Ave, sombra! Eu venero a tua imagem
E amo o silêncio verde da paisagem!...
Olegário Mariano,
Que sonolência enerva as almas...
Que apatia...
Que saudade da vida e da alegria!
Que saudade de tudo que ama e existe!
Como me encanta a natureza triste!
Olho através dos vidros da janela:
A paisagem desfaz-se em fôlhas amarelas...
Ver árvores é um grande lenitivo
Para a estesia de um comtemplativo.
Ver árvores é ouvir sentidas trovas,
Vossas cantigas, raparigas novas!
Que lindo o verde, em nuanças meio incertas,
Margeando, lado a lado, as estradas desertas!
As árvores dos parques e das praças
Bebem silêncio pelas folhas que são taças...
Só parece que a sombra em redor se avoluma
E cresce e desenrola o amplo manto de bruma.
É tudo calma. Em torno à minha casa
Não se escuta sequer um ruflo de asas.
Sòmente a água que vem da montanha, sonora,
Canta tão triste que não canta, chora.
E some-se, rezando a estranha reza
Da livre religião da natureza,
Ave, sombra! Eu venero a tua imagem
E amo o silêncio verde da paisagem!...
Olegário Mariano,
in
Toda
uma vida de poesia
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