Poente no meu jardim. . . O olhar profundo
Alongo sobre as arvores vazias,
Essas em cujo espírito infecundo
Soluçam silenciosas agonias.
Assim estéreis, mansas e sombrias,
Sugerem à emoção com que as circundo
Todas as dolorosas utopias
De todos os filósofos do mundo.
Sugerem. . . Seus destinos são vizinhos:
Ambas, não dando frutos, abrem ninhos
Ao viandante exânime que as olhe.
Ninhos, onde vencidas de fadiga,
A alma ingênua dos pássaros se abriga
E a tristeza dos homens se recolhe. . .
Raul de Leoni,
In: Luz Mediterrânea
Nenhum comentário:
Postar um comentário