quarta-feira, 11 de setembro de 2013

ENTARDECER



Quando entardecemos
tudo é outono.
Nossos frutos deixam em nós seus danos.
As vozes se distanciam.
As datas sangram.
Os bailes dizem adeus.

Acumulamos, então, tantos silêncios
que todas as cousas vão perdendo a cor.
Mas o que não sangrou 
em nós 
no inaudível grito que nos prende, atroz,
não será saudade
se não foi amor.


Artur Eduardo Benevides
In: Elegia Setentã e Outros Poemas de Entardecer

Um comentário:

  1. Que lindo.
    Quando entardecemos tudo é outono.
    Amei.
    ^^
    http://inspiracaoentrelinhas.blogspot.com

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