Quando entardecemos
tudo é outono.
Nossos frutos deixam em nós seus danos.
As vozes se distanciam.
As datas sangram.
Os bailes dizem adeus.
Acumulamos, então, tantos silêncios
que todas as cousas vão perdendo a cor.
Mas o que não sangrou
em nós
no inaudível grito que nos prende, atroz,
não será saudade
se não foi amor.
Artur Eduardo Benevides
In: Elegia Setentã e Outros Poemas de Entardecer
Que lindo.
ResponderExcluirQuando entardecemos tudo é outono.
Amei.
^^
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