sábado, 27 de setembro de 2014

PROCURANDO ESTRELAS



Faz frio! vou em busca de agasalho, 
oh! lágrimas... (e luto por contê-las!) 
olhos abertos, procurando estrelas, 
sigo, e na estrada, minha mágoa espalho. 

As flores choram lágrimas de orvalho, 
lágrimas vivas, trêmulas e, ao vê-las, 
vejo toda a criação chorando pelas 
folhas a balançar em cada galho. 

Sigo tristonho... Baila pelo espaço 
o lamento das cousas que ficaram 
sem um amor, sequer, para entendê-las. 

Deixo um pouco de dor por onde passo... 
Paro. Olho o céu. As mágoas debandaram 
ante o esplendor do riso das estrelas!


Lago Burnett 
In Estrela do Céu Perdido, l949

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