Onde estivermos, a madrugada
será íntima de veleiros
que transportam a voz do rio,
contemporânea de todos os silêncios.
Porém, não acredites na excessiva
vertigem da corrente.
Tanto azul, só pode ser a cor
dos pássaros marinhos,
improvisando a foz, tão devagar,
que o mar se agita rente aos ventos.
Graça Pires
De Ortografia do olhar, 1996
Nenhum comentário:
Postar um comentário