Tomba a névoa da tarde. O ar sereno enlanguesce.
Dilui-se a montanha. O poente morto é lindo!
Recolhido, o arvoredo é um êxtase, uma prece.
Tênue e trêmula poeira, a sombra vai caindo ...
Na distância imprecisa, a estrada desce ... desce ...
De onde a tristeza vem? Desmaia o azul infindo.
Mergulhada na sombra, a Montanha mais cresce.
O horizonte se apaga, entre a bruma, fugindo ...
Onde a turba febril das horas agitadas?
Houve um êxodo estanho ... As vivendas fechadas ...
Só, no jardim, soluça um repuxo sonoro ...
Morre, de todo, a luz ... O céu se distancia ...
O silêncio é maior .. A terra mais vazia ...
De onde veio a tristeza? A sombra aumenta ... E eu choro ...
Tasso da Silveira
in Poemas
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