quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A LUA BRANCA



II

Antes que apagues teu brilho, 
nívea estrela matutina, 
(no tomilho 
a codorniz trina, trina!) 

volve ao poeta, cujo olhar 
o amor cegou como um véu, 
(com o dealbar, 
sobe a cotovia ao céu!) 

teu olhar, que se diria 
banhado na luz da aurora, 
(que alegria 
vai pelos trigais em fora!) 

e leva o meu pensamento, 
longe, além, lá, bem distante, 
(com o relento 
o feno ficou brilhante!) 

no almo sonho em que não cessa 
de se embalar o meu bem, 
(mas depressa, 
que o sol dourado já vem!). 


PAUL VERLAINE
Tradução de Onestaldo de Pennafort

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