quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A LUA BRANCA



A lua branca
brilha no bosque.
De ramo em ramo,
parte uma voz que
vem da ramada.

Oh! bem-amada! 

Reflete o lago,
como um espelho,
o perfil vago
do êrmo salgueiro
que ao vento chora. 

Sonhemos, é hora...

Como que desce
uma imprecisa
calma infinita
do firmamento
que a lua frisa. 

É a hora indecisa... 

A lua branca
luz sobre o bosque.
De cada ramo,
ouço uma voz
vem da folhagem:

Oh! bem-amada!

O lago reflete,
profundo espelho,
o vulto vago
daquele salgueiro
que uiva ao vento.

Sonhar é a hora...

Do espaço desce
uma entranhada
calma imprecisa
o céu estrelado a lua irisa.

A hora indecisa...


PAUL VERLAINE

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