A lua branca
brilha no bosque.
De ramo em ramo,
parte uma voz que
vem da ramada.
Oh! bem-amada!
Reflete o lago,
como um espelho,
o perfil vago
do êrmo salgueiro
que ao vento chora.
Sonhemos, é hora...
Como que desce
uma imprecisa
calma infinita
do firmamento
que a lua frisa.
É a hora indecisa...
A lua branca
luz sobre o bosque.
De cada ramo,
ouço uma voz
vem da folhagem:
Oh! bem-amada!
O lago reflete,
profundo espelho,
o vulto vago
daquele salgueiro
que uiva ao vento.
Sonhar é a hora...
Do espaço desce
uma entranhada
calma imprecisa
o céu estrelado a lua irisa.
A hora indecisa...
PAUL VERLAINE
Nenhum comentário:
Postar um comentário