Bom dia, estrela pequenina,
Que, distraída de sua grandeza,
Soltou-se de suas alças
E caiu a meus pés!
Por que quer abandonar suas iluminâncias
E vir estar aqui comigo cavando minhas penumbras
Neste gineceu que inventei dentro de mim?
Quer, sei, trocar comigo experiências.
Mas, digo-lhe:
- Eu não tenho nenhuma experiência nova
Que seja digna de ser ofertada a você como troca.
É laudável este amor que me devota,
Ao querer trocar sua infinidade celeste
Pela pequenez de meu espectro cinzento
E sua luminosidade incorpórea
Pela minha rotina de sombra ofuscada.
É que, mesmo tendo olhos azuis,
Tenho visto as coisas com olhos cinzas,
E você pequenina como é
quererá vê-las com olhos da cor de mel.
Não ando sendo boa companhia, minha pequenina estrela!
Deve voltar pra sua altura inatacável
Se não, vai morrer antes do tempo,
E não convém a uma estrela,
Pequenina como você,
Morrer precocemente!
Oswaldo Antonio Begiato
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