sexta-feira, 18 de julho de 2014

CIRANDA



Olho, da minha sombra,
a distância perdida,
e vejo,
desdobrando-se em curva larga e longa,
a alameda silente
das palmeiras erguidas na penumbra.

E vejo,
no céu sereno do crepúsculo cadente,
Vésper surgir tão próxima,
que a suponho uma lâmpada silente
trazida
por misteriosa mão compadecida
para clarear a minha sombra.

E eu vejo, de repente,
as palmeiras moverem-se, fantásticas,
em torno a Vésper, na alameda longa ...
... e dançarem, gloriosas, uma ronda
de ritmo e silêncio, na penumbra ...


Tasso da Silveira
in Poemas

Nenhum comentário:

Postar um comentário