terça-feira, 30 de julho de 2013

SONETO


Hora pálida e branca, hora em que o dia
A pouco e pouco sai da sombra triste;
Hora em que o sol de longe principia
A inundar de luz tudo o que existe;

Hora branca do doce madrugar,
Hora em que a luz também toma essa cor,
Hora em que tudo acorda e a cantar
Também acorda em mim a minha dor;

Hora branca do doce alvorecer,
Hora da cor do sol que vai nascer
O seu manto de sombra a dissipar ...

Hora em que a treva aos poucos se levanta,
Hora em que a terra docemente canta,
Hora da vida toda a despertar!

Anrique Paço D"Arcos
Em Poesia completa

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