quinta-feira, 21 de março de 2013

LUZ DA ALVORADA



Pátria, infancia, hora da manhã da vida
muitas vezes perdida e deslembrada:
tardia mensagem me vem de ti,
a reflorir do que mais fundo estava
soterrado no âmago de minha alma
- ó doce luz, fonte ressuscitada!

Entre o outrora e agora, a vida toda
que se havia por orgulhosa e rica,
não conta mais: volto a escutar, absorto,
o tão antigo sempre e sempre novo
cantar da fonte dos contos de fadas,
infantis cantinelas olvidadas.

Acima de tudo, com teu clarão
vais removendo o pó e a confusão
e o esforço da ambição irrealizada
- ó fonte límpida, ó luz da alvorada!

Hermann Hesse
In Andares 

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